Saturday, July 01, 2006

15. Blues

Sem entregas,
a flor que se queria abrir
afinou garras

e aguilhoou minha alma;
o marco da conquista
deslizou e afundou

no vazio do seu corpo.

Quando eu lhe deitava
o canhestro desejo,
uma gota de tristeza
resvalava e refletia
no mármore da sua pele.

Perplexamente cruéis,
o não entregue e
o não tomado
negociaram orgasmos,
sexualizaram o verbal,
esquadrinharam o tesão,
até não conseguirem mais
do que exaurir
as possibilidades

do prazer.

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